Ciúmes
Desenvolvi uma teoria sobre o ciúme, que me proponho a expor. Observo no convívio da estância onde moro e temos vários cães que eles demonstram ciúme entre si e com os seus donos. Quando um cão é afagado, o outro vem e tenta afastá-lo para ser ele o preferido. Este fato revela um sentimento de competição pela atenção e pelo carinho, fato este que ocorre, na minha observação, diariamente quando saio ao pátio e eles vem ao meu encontro. A observação deste fato interessante com os animais me levou a deduzir que, na realidade, o ciúme é um instinto, que transcende à racionalidade. É claro, no homem, acompanhado da razão, mas secundariamente, o que leva a atribuir que as atitudes motivadas pelos ciúmes são primordialmente instintivas, tanto nos animais, como nos humanos.
Nos cães, a disputa pelo afeto lhes asseguraria o alimento fornecido pelo seu dono. Nos humanos, a conotação é semelhante, mas, em minha opinião se difere no homem e na mulher. Na mulher, se explicaria porque a “fêmea” tem necessidade de garantir a alimentação para si e para sua prole. Evidentemente, a concorrência de outras fêmeas (outras mulheres) poderia diminuir-lhe o aporte alimentar. Isto se explicaria pelo instinto primitivo de sobrevivência, embora possa ser modificado pela razão. No homem (“macho”), contrariamente, luta pela manutenção exclusiva de seus gens, não desejando assim que outro macho fecunde sua fêmea, dispersando assim sua genética. Observa-se que, na natureza, os leões matam os filhotes de outros machos, provavelmente para preservar a sua genética.
Assim, deduzimos que o ciúme, antes de ter razões lógicas, é um instinto primitivo e justificado. Claro está que, nos humanos, os graus são diferentes de indivíduo para indivíduo, chegando em alguns casos, até com certa freqüência, a situações patológicas, como a paranóia, às vezes com graves conseqüências, como observado nos crimes passionais praticados tanto por homens como por mulheres.
Creio que a minha teoria tem um embasamento tanto fisiológico (como visto na natureza) como antropológico.
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